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Disseram-me que no coração da vida eu encontraria um rosto de luz, e que em passividade ele me diria sobre todas as coisas, e me contaria sobre a minha existência. E me disseram que no coração da vida a face do tempo se dissipa, e que os desejos não se fazem, em nenhum momento, guias de coisa alguma. Me disseram que um dia eu veria asas sobreporem o Amor a qualquer marcha. E me disseram que em face de tudo isso, eu conheceria um grande anjo. E por tudo o que há de incessante eu procurei pelo rosto de luz, e pela ausência do tempo, e por não me guiar por desejos, e procurei pelas asas que dariam leveza aos meus pés, e me trariam o Amor, e procurei também chegar ao anjo... E no coração da vida eu vi meu rosto, e por mim eu vi a luz atravessando os conflitos e criando a passividade, e eu ouvi minha voz a me falar de todas as coisas da minha própria existência. E vi as marcas do meu tempo e a matéria presa dos meus desejos se dissiparem nas asas que vi o Amor nascido de mim criar acima dos meus pés.
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