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Pai, eu sou a mais envergonhada das tuas filhas
Quando sei que és meu pai, quando vejo-te todos os dias
E passo-te a vista como quem vê um qualquer,
Sou a mais envergonhada das tuas filhas, pai,
Porque sei de mim tua filha e não sei de mim como és.
Sou a mais vergonhosa das tuas filhas, pai,
Quando tudo o que fiz sempre foi te buscar
E nos outros lugares que não são os daqui, pai,
Sempre te vi e sempre caminhei na tua essência
E sempre voltei a dizer das tuas coisas e a guardar
Comigo a tua presença e a me deixar só em graça.
E, por isso, das tuas filhas, eu sou a mais vergonhosa,
A mais envergonhada, pois que aqui estou eu, pai,
Onde pedi pra estar, como disse que estaria,
E de onde me deste sempre a mão, eu com a tua mão
Entrei e fechei a porta, nada disseste, pai,
Nada poderias dizer, pai, face à minha traição,
Quando me mostraste quem és aqui no nosso chão
E eu passei-te e ignorei-te e pra ti gritei que me deixaste
E não há nesse mundo descrença maior que em ti crer
E a ti ignorar quando vens a chamar,
Pois que não há ignorância maior nesse mundo
Que por ti clamar e ao ouvir tua voz e ver teu olhar
Virar as costas a ti e me por novamente a vagar.
Sou a mais envergonhada das tuas filhas, pai,
A te pedir que venhas a me perdoar,
Porque colocaste a ti em minha frente como és
E eu me coloquei a te dizer que não eras como
Queria que foste, não era como eu te criara,
Mas sou eu do jeito que me criaste,
E que se faça por ti como já fizeste,
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