top of page

Não Ouço Voz Alguma Que Não a do Infinito

  • Foto do escritor: Ivy Gobeti
    Ivy Gobeti
  • 29 de jun. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2021


Hoje eu canto só os meus versos, não ouço voz alguma que não a do infinito, a dor nasceu em mim como minha maior alegria, a dor se estendeu em mim com tamanha doçura, que todos os meus extremos se fizeram o sentido de todo o meu viver: o prazer da dor, a dor do prazer. Eu não mais teço o escuro dos versos que acalentam almas sem reflexo, e não é nas fontes amargas do desespero que recolho o som do meu nome, o veneno das águas que temem as mentes de asfalto, é o mel que alimenta o meu sangue, a desordem das palavras e o caos do cálculo mentem a verdade não a mim, não a quem sabe a hora pelo céu. Hoje eu só canto os meus versos, e o eco é só a graça da inconstância, a leveza da vida que anda e não se arrasta. Hoje, todas as combinações são as minhas, as que faço em mim, as que são do mundo em mim, as que entrego ao mundo e ele me devolve, hoje as combinações são as graças de tudo que sou eu no mundo, de tudo que do mundo se faz em mim. Hoje os meus versos são só o meu canto, e no canto, sem espanto, vai meu canto como que encanto, cantando só os meus versos.


 

Kommentarer


bottom of page