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É preciso só começar, cuidado só para atentar para a paixão, esmero só para não deixar o fogo se apagar, lembrar-se de que os olhos que permanecem abertos nem sempre provêm a garantia de pura visão, mas o coração que se põe a conversar com as aberturas do universo, alcança a claridade do caminho. O tamanho do voo não se medirá por quão longe se estende os braços de ponta a ponta, mas pelo arco de beleza que faz por envolvidos todos os mundos que o alçaram. A ponte que se deita e as águas que sugerem o som e a força de novas vidas, voltam-se para o quando que não se delimita, para o sempre que não se perpetua, para o nunca que desapega das impossibilidades, não para o tempo que é invenção de nossas fraquezas e de nossas fugas.
Que de todas as ordens que sei criadas pelo homem, possam uma a uma ser pó em lembrança, e as asas tortas e incertas de todas as buscas verdadeiras envolvam as noites e dias de todos os nossos viveres.
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